sábado, 7 de agosto de 2010

A Reforma Religiosa

O processo de transição feudo-capitalista teve na Reforma religiosa do século XVI a grande revolução espiritual que encaminhou o homem à modernidade. Não podemos considerar a Reforma uma simples manifestação de descontentamento, pois, ao romper a unidade do cristianismo ocidental, alterou profundamente a estrutura clerical e a visão sobre vários dogmas, como também uma revisão na essência da doutrina da salvação.


Em síntese, podemos entender a Reforma como uma tentativa de restauração do cristianismo primitivo ou verdadeiro que, de um modo geral, começou a se processar desde a Baixa Idade Média e atingiu sua maior amplitude com a Reforma protestante e a reação católica representada pela Contra-Reforma.

1. A Conjuntura e os Fatores da Reforma


Com a crise do modo de vida feudal, o Renascimento urbano-comercial passou a determinar um novo contexto socioeconômico. A Igreja Católica, no entanto, com sua postura doutrinária acerca do empréstimo de dinheiro a juros e a busca do lucro em geral (usura), passou a representar um bloqueio ao espírito de acumulação pré-capitalista. Começou a se fazer sentir cada vez mais a necessidade de adequar a fé e os princípios religiosos à nova realidade econômica. Se de um lado tínhamos a burguesia nascente tentando conciliar a nova mentalidade do lucro e da acumulação de riqueza com sua consciência religiosa, a crise estrutural, pela qual passava o feudalismo, gerava uma atmosfera de tensões e conflitos entre os servos e os senhores feudais. As pressões senhoriais traduziram-se em constantes revoltas camponesas. Nesse contexto de transformações socioeconômicas, a crise religiosa passou a ser um elemento de convergência das lutas de classe. De um lado, o poder senhorial católico (nobreza feudal e alto clero), do outro, a burguesia ascendente e o campesina to oprimido.

Do ponto de vista político, o processo de fortalecimento e centralização do poder real, que culminou com a formação das Monarquias Nacionais, fez surgir um Estado forte e dominador, o que tornou inevitável e imperioso o controle sobre a Igreja. Por outro lado, era oportuna a convulsão religiosa que permitiria aos soberanos confiscar os bens e submeter a Igreja à sua tutela, como veremos na Inglaterra de Henrique VIII ou na Alemanha de Martinho Lutero.

Nesse contexto de mudanças econômicas, sociais e políticas, surgiram as condições determinantes para a Reforma, levando em conta, contudo, que os problemas de ordem religiosa e espiritual tiveram fundamental importância. Não podemos associar essa verdadeira revolução da cristandade exclusivamente a fatores materiais, econômicos (capitalismo) ou políticos. A grande questão estava ligada à crise religiosa criada a partir da inadequação do clero (Igreja Católica) à qualificação da fé (Renascimento/ Humanismo).

A humanidade, no contexto da transição feudo-capitalista (século XVI), mantinha uma profunda fé em Deus. As provas de fé foram constantes ao longo da Idade Média; as Cruzadas, a construção de igrejas e as heresias nos comprovam uma religiosidade intensa e fervorosa. Ao mesmo tempo, a partir do Renascimento, com o desenvolvimento técnico e o surgimento da imprensa, a publicação em série da Bíblia possibilitou a difusão e a conscientização religiosa dos fiéis, tornando-os mais exigentes e críticos em relação à Igreja Católica. Os humanistas como Erasmo de Roterdam (Elogio da Loucura) e Thomas Morus (Utopia) podem ser vistos como elementos dessa nova visão e consciência crítica, pois, ao condenar a ignorância e a imoralidade do clero, levantaram a necessidade da mudança.

Podemos concluir que a essência da Reforma reside na crise moral da Igreja Católica, cujo poder e abusos contrastavam com suas pregações e atribuições. Tanto no alto quanto no baixo clero reinavam a imoralidade e a ignorância, que levaram ao comércio da fé e coisas sagradas (relíquias religiosas, milagres, etc.)

Muitos papas tiveram um comportamento essencialmente temporal, agindo como nobres eclesiásticos que praticavam das guerras ao mecenato, do luxo à venda de indulgências (venda do perdão). Todo esse panorama decadente levou ao fortalecimento dos concílios como tentativa de reduzir a influência externa e o envolvimento do papa com o poder político. Porém, os escândalos continuaram a acontecer. Um dos acontecimentos que marcaram a conjuntura da eclosão do processo reformista envolveu o papa Leão X. Com vistas na construção da Basílica de São Pedro, em Roma, Leão X negociou a venda de indulgências na Alemanha com uma família de banqueiros alemães, os Fuggers, tornando a fé um negócio de caráter mercantil e financeiro.

Em suma, o crescimento do sentimento e consciência religiosa dos fiéis evidenciou os abusos e a corrupção do clero. A salvação pela obra jogou a fé para um segundo plano e provocou uma verdadeira onda de questionamentos sobre a função eclesiástica. Em uma conjuntura de transição, os problemas religiosos articularam-se a fatores econômicos, sociais e políticos, dando uma intensidade estrutural ao processo reformista.


2. A Reforma Luterana



Martinho Lutero nasceu na Saxônia, no ano de 1483. Filho de um pequeno burguês, dedicou-se aos estudos de Direito Canônico e Filosofia. Ingressou posteriormente na ordem religiosa dos agostinianos, sendo indicado para a paróquia de Wittenberg. Tornou-se um professor de excelência em teologia e um religioso muito respeitado pela comunidade.

No ano de 1517, fez forte oposição ao monge dominicano Tetzel, que vendia, na Alemanha, em nome do papa Leão X, indulgências para a construção da Basílica de São Pedro. Esse fato levou Lutero à formulação das 95 teses de propostas críticas de mudança da estrutura eclesiástica. Depois de ter fixado suas idéias na porta da catedral de Wittenberg, suas teses começaram a circular por várias regiões da Alemanha, recebendo apoio de setores da população, que se identificavam com a busca de purificação cristã proposta por Lutero.

No ano de 1520, o papa Leão X, por meio de uma bula papal, condenou Lutero por suas propostas e intimou-o a retratar-se, sob pena de ser considerado herege. Lutero reagiu queimando em público o documento papal, sendo excomungado e devendo se submeter a um julgamento secular. Condenado também pelos simpatizantes do imperador Carlos V, na Dieta de Worms, Lutero conseguiu refúgio no castelo de Wartburg, onde redigiu panfletos com suas idéias de reforma e traduziu a Bíblia para o alemão. Grande parte dos príncipes alemães o apoiaram porque desejavam romper com o imperador Carlos V e com a poderosa e influente Igreja Católica (papa).

Esses príncipes apoderaram-se das terras da Igreja Católica, fortalecendo, assim, o Estado.

As idéias de Lutero influenciaram o movimento de revolta camponesa dos ana batistas que, liderados por Thomas Munzer, tentaram tomar terras senhoriais e do clero. Lutero se opôs violentamente contra os ana batistas, gerando com isso uma verdadeira guerra religiosa. Essa posição de Lutero revelou o seu comprometimento com os príncipes e setores da nobreza alemã.

No ano de 1529, com a expansão das idéias reformistas, o imperador Carlos V convocou a Dieta de Spira, que decidiu pela permissão ao luteranismo nas regiões convertidas, preservando, no entanto, as regiões alemãs ainda católicas.

O protesto dos luteranos contra as medidas da Dieta resultaram no surgimento do termo protestantes.

Martinho Lutero e o teólogo Felipe Melanchton escreveram, no ano de 1530, a obra reformista Confissão de Augsburg , na qual foram estabelecidos os fundamentos da doutrina luterana. Entre eles, podemos destacar:

– a salvação não se alcança pelas obras, mas sim pela fé, pela confiança em Deus e pelo sofrimento interior;

– o culto religioso foi simplificado, baseando-se nos salmos e na leitura da Bíblia;

– valorizou-se o contato direto entre o fiel e Deus, dispensando-se o clero como intermediário;

– manutenção de dois sacramentos: o batismo e a eucaristia (comunhão), e no ritual da eucaristia, acreditava-se na presença de Jesus no pão e no vinho, negando a transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo (transubstanciação pregada pela Igreja Católica).


3. A Reforma Calvinista



Na Suíça, região de intenso e próspero comércio, teve início o processo de Reforma Protestante com Ulrich Zwinglio (1489-1531). Seguidor de Lutero e de Erasmo de Roterdam, Zwinglio promoveu pregações que resultaram em violenta guerra civil entre reformistas e católicos, na qual morreu.

A guerra teve seu final marcado pelo acordo conhecido como Paz de Kappel , que dava autonomia religiosa a cada "cantão" (região) suíço.

A obra de Zwinglio foi continuada por um francês, João Calvino, que, sofrendo forte perseguição em seu país, fugiu para a Suíça e, em Genebra, começou a propagar as bases de sua doutrina contidas na obra Instituição da Religião Cristã.

A doutrina calvinista teve grande aceitação entre os representantes da classe ascendente, a burguesia, na medida em que valorizava aspectos de seu interesse, tais como o trabalho e o acúmulo de riquezas. Entre seus fundamentos religiosos, podemos evidenciar a aceitação da Bíblia como única fonte da verdade, a exclusão do culto aos santos e às imagens, o combate ao celibato clerical e à autoridade papal, a manutenção dos sacra-mentos do batismo e da eucaristia e a justificação da usura e do lucro através da predestinação absoluta.

A doutrina calvinista consolidou-se por meio do Consistório, que estabeleceu em Genebra um rígido modelo de vida para os habitantes da cidade e suas atividades sociais.



4. A Reforma Anglicana



A Reforma na Inglaterra foi gerada por um conjunto de fatores, dentre eles, a influência das idéias de John Wyclif, o nacionalismo inglês que se opunha ao poder da Igreja Católica e a necessidade de a Monarquia inglesa romper com Roma para centralizar o poder.

A Reforma Anglicana teve sua causa imediata ligada ao rompimento do rei inglês Henrique VIII com o papa Clemente VII. Henrique VIII pretendeu conseguir junto ao papa a anulação do seu matrimônio com Catarina de Aragão. Devido à oposição do papa, o rei inglês organizou um tribunal formado por bispos ingleses que aprovou, à revelia de Roma, a anulação do casamento real.

Essa atitude de rebelião ocasionou a excomunhão de Henrique VIII que, em resposta, fez com que o Parlamento inglês aprovasse o Ato de Supremacia (1534), pelo qual o rei era reconhecido como chefe da Igreja e de seus domínios na Inglaterra.

A Reforma Anglicana, diferentemente da luterana e da calvinista, não pode ser considerada tão radical, na medida em que manteve normas e rituais católicos, acrescentando-se, entretanto, princípios calvinistas.

O anglicanismo consolidou-se em definitivo durante o reinado da rainha Elizabeth I, quando esta obrigou o Parlamento a decretar a Lei dos 39 artigos (1562), que transformou a Igreja inglesa em um misto de catolicismo e calvinismo.



5. A Contra-Reforma (Reforma Católica )



O sucesso das reformas protestantes deu origem a uma forte reação da Igreja Católica, que teve como finalidade impedir o avanço reformista e reestruturar a Igreja Católica.

O Concílio de Trento, reunido de 1545 a 1563, teve importante papel na tentativa de barrar o avanço do protestantismo e resolver os graves problemas existentes no interior da Igreja Católica. Entre suas principais resoluções, podemos destacar: a afirmação da autoridade papal; manutenção do celibato clerical; confirmação dos sete sacramentos; elaboração do catecismo; tradução da Bíblia; criação de seminários e proibição das indulgências.

Outra importante instituição criada foi a Companhia de Jesus, fundada em 1534 por Ignácio de Loyola e aprovada pelo papa Paulo III. Essa ordem, organizada sob uma rígida hierarquia, dedicou-se à tarefa da catequese e educação através das quais combatia o avanço do protestantismo, promovendo a reafirmação dos dogmas católicos. Os jesuítas tiveram importante papel na conversão ao catolicismo de grande parcela da população indígena americana (missões e reduções).

Outra medida importante ordenada pela Igreja Católica para deter o avanço reformista foi a elaboração do Índex, catálogo de livros proibidos aos católicos. Obras renascentistas, humanistas ou reformistas eram queimadas em praça pública; se possível, com o autor junto.

Por fim, devemos salientar a reorganização do tribunal do Santo Ofício, também chamado de Inquisição, criado na Idade Média, e cuja tarefa era julgar e combater toda e qualquer manifestação anticatólica.




Nomes: Ana Paula Rosa, Bianca de Oliveira, Karoline Carrasco, Núbia Andrade,Sarah Santos, Thayná Cardoso.

Colonização do Brasil

Colonização do Brasil



O processo de colonização do Brasil foi conseqüência do já desenvolvido processo de expansão marítima realizado pelos portugueses. Durante o século XV, os portugueses ocuparam regiões estratégicas da Ásia e da África que poderiam ser utilizadas como foco de expansão comercial. Posteriormente, o controle dessas áreas abrira espaço para que as primeiras práticas colonizadoras fossem empreendidas nas Ilhas de Açores e Madeira.



A conquista de rotas comerciais com o Oriente, tido até então principal área de fluxo comercial das nações européias, fez com que a descoberta das terras brasileiras não fosse de muito interesse para a Coroa. Nos primeiros trinta anos de colonização, as únicas atividades se limitavam a realizar a extração do pau-brasil nas regiões litorâneas do país. Tal empreendimento contava com a colaboração dos índios, que em troca de alguns produtos e utensílios, realizavam a derrubada e o armazenamento da madeira.



No entanto, o repúdio de algumas nações contra o monopólio ibérico sobre a exploração das terras americanas viria a transformar esse quadro. Nações como a França e a Holanda reivindicavam a adoção do princípio de uti possidetis para que os territórios coloniais fossem devidamente demarcados. Ao mesmo tempo em que protestavam, essas nações ameaçavam a hegemonia lusitana em terras brasileiras com o envio de expedições de reconhecimento do território tupiniquim.



Tais ameaças fizeram com que a política colonial portuguesa fosse modificada. No ano de 1530, o expedicionário Martim Afonso de Sousa fundou o primeiro centro de exploração colonial no litoral do atual Estado de São Paulo. Essa primeira ocupação deu origem à Vila de São Vicente que, tempos depois, teria a companhia de outros focos de ocupação localizados na região do Planalto de Piratininga. Muitos dos primeiros habitantes eram degredados e desertores que viviam marginalizados no Velho Continente.



A partir de então, a administração colonial contou com um primeiro sistema de distribuição organizado por meio da divisão do território. Essa divisão deu origem às chamadas capitanias hereditárias, grande extensões de terra que eram doadas para nobres, burocratas ou comerciantes influentes dentro da Corte lusitana. Aquele que recebia alguma capitania era chamado de donatário e teria que cumprir com os princípios estabelecidos por dois documentos legais: a Carta de Doação e o Foral.



Esse primeiro sistema de controle e povoamento da colônia brasileira acabou não tendo grandes resultados. Com isso, os portugueses resolveram implantar um novo sistema administrativo mais centralizado e composto por representantes diretos do poder metropolitano. Foi daí que surgiu o chamado governo-geral, um governador nomeado pelo rei deveria tomar medidas em favor da criação de vilas, a exploração econômica das terras e o combate aos piratas e contrabandistas.



Para dar conta de tantas funções, o governador-geral contava com o apoio de um corpo de funcionários. Para tratar das questões de justiça havia a figura do ouvidor-mor; os recursos financeiros levantados pela atividade colonial e a arrecadação de impostos era responsabilidade do provedor-mor; e o capitão-mor combatia os invasores e criminosos do ambiente colonial. A primeira cidade escolhida para abrigar o governo-geral foi Salvador, considerada a primeira capital do Brasil.



Além de contar com o interesse da Coroa, a colonização também se desenvolveu graças à ação dos missionários da Ordem de Jesus. Os padres jesuítas vinham para o Brasil com objetivo de catequizar as populações nativas e, por meio de sua ação, acabavam dando uma justificativa religiosa à presença dos portugueses em terras distantes. A disseminação do cristianismo acabava dando sustentação a toda exploração e expropriação praticadas nesse tempo.



Dessa maneira, dava-se início a um dos mais longos períodos da história brasileira. Ao longo de quatro séculos, os portugueses empreenderam negócios rentáveis à custa de uma estrutura administrativa centralizada e voltada para os exclusivos interesses da metrópole. Muitas das feições sociais, políticas, econômicas e culturais assumidas pelo Brasil na atualidade são fruto desse longo período histórico.



Nomes:Breno, Renan, Thiago, Filipe, Vitor Oliveira, Tawan.

Expansão Europeia

       O feudalismo, sistema econômico, social e político que caracterizou boa parte da vida europeia no período medieval, alcançou grande expressão entre os séculos IX e XIII. Sabemos que, neste tipo de sociedade, o poder era descentralizado, ou seja, não se concentrava nas mão de um único governante. Por outro lado, a economia feudal baseava-se principalmente a terra. Tudo o que era produzido nos feudos, tais como alimentos, roupas etc., destinava-se ao consumo imediato, não sobrando nada para o consumo imediato.


       Não existindo a partir do século X as guerras e invasões que assolavam a Europa desde o século V, a população passou a crescer rapidamente. Desta forma, a produção agrícola passou a ser insuficiente, necessitando ser ampliada, pois o consumo aumentou consideravelmente. Como o sistema de então não apresentava condições para atender às crescentes necessidades da população, eis que muitos produtos precisaram ser buscados em outras regiões, por meio do comércio a longa distância. Nesta etapa, surgiram os mercadores, que eram pessoas não absorvidas na atividade agrícola feudal, que se dedicavam ao comércio. Do distante oriente, eles traziam diversos produtos que eram consumidos no mercado europeu.

      Com a importância do comércio desenvolvem-se as cidades ou burgos, como eram chamadas na época. A palavra burgo originou a expressão "burgueses", que servia para designar a nova classe social constituída de pessoas desvinculadas das terras feudais e que viviam da atividade comercial.

      Esta atividade intensificou-se entre os séculos XII e XV, sendo a sua base a importação européia de diversos produtos originários do Oriente, como o cravo, a canela, a pimenta, a noz-moscada e o gengibre, denominados, de uma forma generalizada, de especiarias. Além deles, eram importados porcelanas, tecidos finos, perfumes, marfim e outro, oriundos da Ásia e do Norte da África.

     As cidades de Gênova e Veneza desempenharam papel de destaque na realização de todo esse comércio d especiarias e produtos de luxo. Os mercadores dessas cidades, navegando pelo mar Mediterrâneo e recebendo os produtos vindos do Oriente nos portos de Constantinopla, Trípoli, Alexandria e Túnis se encarregavam de revendê-los com grande lucros no mercado europeu. Note-se porém que, antes de chegar aos portos do Mediterrâneo, tais produtos atravessavam longos trechos por terra e mar, denominados de rotas de comércio, envolvendo inúmero intermediários, geralmente árabes, que cobravam altos preços para revendê-los

    No início do século XV os povos Ibéricos de facto deram origem a uma expansão Ocidental embora , devido a ambições próprias, geriram este mesmo processo de uma forma mais egocêntrica acabando por promover mais a sua própria expansão, sendo que mais tarde os descobrimentos marítimos, vão estar na génese de um movimento de expansão europeia mais geral. Como causa imediata do avanço expansionista português no se pode deixar de referir que Portugal detinha um grande número de navios e de pessoal afeito ao mar, assim como técnicas e instrumentos adequados para a navegação de longo curso. Este crescimento da marinha é um processo que já vinha da chamada primeira dinastia ( século XII ao século XIV ), e que veio a tornar-se valioso durante toda a expansão portuguesa e em especial nos descobrimentos. A juntar a estes factores, temos factores de ordem natural, ou seja, a orientação geográfica de Portugal para o Atlântico, e factores de ordem política como a centralização do poder régio. Esta é a conjuntura que favorecia Portugal no início do seu processo de expansão. O resto da Europa, desde o século XII que está em crescente desenvolvimento demográfico e económico, embora o aparecimento da peste negra tenha prejudicado a Europa no início do século XV.

     Como ponto inaugural da análise podemos considerar a conquista de Ceuta. Em 1291 foi feito um acordo em Soria, onde se delimitaram áreas de influência, sendo que a repartição do território cessa para oeste de Ceuta, o que correspondia a uma reserva tácita para Portugal dos territórios mais a ocidente. No seio da expansão estava o comércio, e a criação de rotas comerciais, visto o comércio ser a maior fonte de rendimento. Portugal do ponto de vista comercial torna-se economicamente viável porque podia colocar nos mercados europeus os produtos ultramarinos. Neste clima, os interesses entre povos começam a convergir e , tendencialmente os povos começam a gerir a sua política de modo a tirar o melhor partido das trocas comerciais e o estabelecimento de áreas de influência. A partir de 1434, os descobrimentos marítimos, rasgaram os caminhos para que a expansão portuguesa enveredasse por uma direcção possível e também para que boa parte da Europa ocidental retomasse a solução expansionista.

     Por todos estes factores enunciados, pode concluir-se que foram os portugueses que abriram as portas para a expansão da Europa, ou seja, os portugueses conseguiram não só criar , com sucesso , o seu próprio processo de expansão como promoveram em larga escala o da restante Europa.




Nomes: Vinicius, Uanderson, Vitor Fidelis, Charles, Rhuan, Samuel.